30 Novembro 2011
Neste sábado, o cardeal de Buenos Aires, Jorge Mario Bergoglio (foto), ultrapassa a idade canônica de 75 anos, disposta pela Igreja, e, portanto, apresenta sua renúncia ao papa.
A reportagem é do sítio Religión Digital, 17-12-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Em uma carta enviada pelo correio diplomático através na Nunciatura Argentina, o ministério das Relações Exteriores da Igreja, Bergoglio dirigirá ao Papa Bento XVI a sua renúncia ao Arcebispado de Buenos Aires, que tem sob a sua órbita 400 sacerdotes, 200 paróquias, 300 colégios e mais de 3,5 milhões de fiéis.
De acordo com fontes eclesiásticas, a missiva irá afirmar que, "em virtude de ter atingido o limite de idade segundo estabelecido pelo Direito Canônico, ele põe à sua disposição sua renúncia como arcebispo de Buenos Aires".
Em Roma, o papa receberá esta carta, que habitualmente não tem uma resposta.
Como até agora o Vaticano não anunciou um bispo coadjutor, que o substituiria no momento de sua renúncia, essa opção foi descartada.
Os porta-vozes consultados avaliaram que, pela relação de amizade que Bergoglio tem com o Papa Joseph Ratzinger, existe um "prévio consentimento" sobre o seu sucessor.
Por essa razão, é pouco provável que o arcebispo de Buenos Aires seja surpreendido com a decisão, razão pela qual certamente já foi sondado um candidato para iniciar uma "transição ordenada", que se mantém no mais estrito sigilo.
Perante essa situação de não ter nomeado um sucessor previamente, Bergoglio permanecerá no cargo por um pouco mais de tempo, e existem casos de bispos que se mantiveram durante quatro anos, embora a média costume ser de duas temporadas.
Portenho e de origem jesuítica, Bergoglio foi nomeado bispo coadjutor de Buenos Aires em 1997 e, no dia 28 de fevereiro de 1998, foi confirmado como arcebispo, depois que a saúde de Antonio Quarracino começou a vacilar.
Dentro de seus possíveis substitutos, está o arcebispo de Mercedes-Luján, Dom Agustín Radrizzani (foto), o que manteria uma "lógica episcopal" para a designação. Essa lógica indicaria que Radrizzani, de 68 anos, manteria um arcebispado de "transição" e depois chegaria a hora de uma gestão mais longa – semelhante à de Bergoglio – para a qual se delineia o arcebispo de Corrientes, Andrés Stanovnik.
Radrizzani é um bispo moderado, de diálogo. Foi vice-presidente da Conferência Episcopal da Argentina (CEA) e, neste período de transição, tem uma boa relação com o governo nacional.
Sua trajetória é reconhecida em Roma, já que, à frente das dioceses de Neuquén e de Lomas de Zamora, lidou com problemáticas importantes, como os "panelaços" e uma região que estava em um estado "calamitoso", respectivamente.
Em Luján, ele sucedeu a Emilio Ogñenovich, que tivera uma gestão complicada, e, sob o mandato de Radrizzani, começou-se a restauração da Basílica e alcançou-se velho desejo da Igreja: a escritura definitiva dos terrenos onde se encontra o edifício.
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Bergoglio renuncia como arcebispo de Buenos Aires - Instituto Humanitas Unisinos - IHU